Suely Novoa e Paula Barrozo (colaboração)*
A busca por um sentido na vida remonta às mais remotas eras e sofreu transformações ao longo dos séculos, conforme o desenvolvimento sociopolítico e econômico das civilizações, que trouxeram novas demandas ao cidadão, seja em sua vida no trabalho, na família e nas suas relações. A frase “Conhece-te a ti mesmo”, lema de vida do filósofo Sócrates, continua atual em pleno século XXI e expressa a procura incessante do ser humano por um ponto de equilíbrio em seu meio social.
Nesse sentido, de nada adianta dispor de todos os avanços tecnológicos acarretados pelo progresso com vistas à melhoria da qualidade de vida se o indivíduo não buscar o seu lugar no mundo e contribuir para o seu contexto social de maneira plena e feliz. É por isso que o trabalho de coaching se faz fundamental na gestão de talentos.
Mas, como aliar a frase da Grécia Antiga ao trabalho de coaching? Partindo do princípio de que é preciso autoconhecimento para, a posteriori, traçar um plano de metas a curto, médio e longos prazos, a frase “Conhece-te a ti mesmo”, tão antiga e ao mesmo tempo tão atual, é perfeita para definir o processo.
O papel do profissional nessa virada
O trabalho do coach consiste em maximizar o potencial de seus clientes, também chamados coachees, apontando novas oportunidades, com base nos talentos descobertos ao longo das conversas. Para que o trabalho seja eficaz, é preciso que o cliente trace e cumpra as próprias metas e neste caminhar identifique suas habilidades, competências, motivação e inspiração, seja no trabalho ou na vida pessoal, apontando sempre para a melhoria na tomada de decisões.
A clareza na comunicação entre coach e coachee deve converter-se numa relação de confiança visando ao cumprimento das metas propostas. Essa comunicação, além de clara e precisa, deve ser o mais livre possível de ruídos e o coach deve ter a destreza de eliminá-los, bem como os obstáculos, os medos e as crenças que os clientes já trazem em seu repertório cultural.
Com isso, o coach deve apontar a seu cliente todas as suas percepções, por menores que pareçam, convertendo-se em uma espécie de torcedor, fortalecendo a relação de confiança para que as debilidades se transformem em fortalezas. Outra habilidade fundamental deste profissional é o trabalho com a versatilidade do seu coachee, estimulando-o a explorar novos territórios e diferentes formas de fazer as coisas, mostrando ideias e conceitos, sempre respeitando suas motivações.
Por fim, o trabalho deste profissional também envolve as relações de seu cliente, preparando o terreno para que ele possa caminhar sozinho com autoconfiança na tomada de decisões.
O coachee e o processo de autoliderança
Tomar consciência sobre como o processo de construção das escolhas individuais se desenvolve é fundamental. Ao lançar um olhar crítico sobre suas crenças, o indivíduo passa a questioná-las. Esses questionamentos abrirão pequenas brechas em sua estrutura psicológica, facilitando a percepção de que estas restrições são equívocos resultantes de conceitos e mitos assimilados ao longo da vida, admitidos como verdades. Somente a partir dessa compreensão é possível visualizar as oportunidades de mudança, tornando as metas traçadas factíveis.
Suely Novoa é coach com certificação internacional pelo Behavioral Coaching Institute e International Coaching Council e pela Sociedade Brasileira de Coaching. Como Coach de Carreira e Talentos auxilia executivos a terem mais realização e satisfação no trabalho.
Paula Hernandes é jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e trabalha há sete anos com comunicação corporativa, tendo atuado nas áreas de comunicação interna e assessoria de imprensa.